sábado, 12 de janeiro de 2013

A Diferença Entre Graça e Misericórdia

“Cheguemo-nos, pois, com confiança ao trono da graça, para que recebamos misericórdia e achemos graça, a fim de sermos socorridos no momento oportuno.” Hebreus 4:16

Apesar de muitos entenderem os termos ‘graça’ e ‘misericórdia’ como sinônimos, eles possuem significados bem distintos. Ambas são encontradas no mesmo endereço: o trono da graça. Ora, se o trono é da graça, concluímos que esta tenha primazia sobre a misericórdia. Porém, para achar a graça, primeiro tem-se que obter a misercórdia. É como um protocolo. Para chegar ao rei (graça), é necessário agendar antes uma audiência com o Primeiro Ministro (misericórdia).

Este trono tem como base a retidão e a justiça (Sl.97:2), e é sustentado pelo AMOR (Pv.20:28). Ora, o trono nada mais é que uma cadeira ornamentada, ocupada por um monarca. Como tal, possui quatro pés que devem ter o mesmo tamanho e a mesma distância entre si, estando perfeitamente alinhados. Estes quatro pés são responsáveis por manter a estabilidade do trono. Eles são a representação do AMOR em suas quatro dimensões: agape, filos, eros e storge. Nenhum pé pode ser maior que o outro. O fato de serem do mesmo tamanho aponta para a justiça, e o seu alinhamento representa a retidão. Ele só é um trono de graça por ser sustentado pelo amor. Sem amor, o trono que rege o Universo precisaria de um calço, ou ficaria condenado à instabilidade para sempre.

Deixe-me explanar um pouco sobre a misericórdia: A palavra em latim é ‘misericordis’, que é a juntão de duas outras palavras, miseri (miséria) e cordis (coração). Ter misericórdia é acolher em nosso coração alguém desprovido de qualquer recurso meritório. É pela misericórdia que Deus nos acolhe em Sua presença, apesar de não merecermos.

Deus é santo, enquanto nós, pecadores. Santidade e pecado são como água e óleo, não se misturam. Se a justiça fosse o único atributo divino, estaríamos todos condenados a passar a eternidade alienados de Deus. Qualquer esforço nosso para reverter isso seria em vão. Porém Ele tomou a iniciativa, vindo ao nosso encontro, mergulhando de cabeça em nosso mundo, fazendo-Se pecado por nós. Zacarias, o pai de João Batista, expressa isso em sua canção, afirmando que foi “por causa da entranhável misericórdia do nosso Deus”, que o sol nascente das alturas nos visitou, “para iluminar os que jazem nas trevas e na sombra da morte, e dirigir os nossos pés pelo caminho da paz” (Lc.1:78-79).

A mãe hospeda seu filho em seu ventre por nove meses e sente terríveis dores para trazê-lo ao mundo. Isto é misericórdia. No início da gestação, a criança é tida como um corpo estranho dentro de sua mãe. O corpo da mãe tenta rejeitá-lo. Mas gradualmente, o corpo dela vai se ajustando, e acolhendo o pequeno corpo em formação.

Uma vez nascido, ela o amamenta, cuida, educa e lhe enche de amor. Isto é a graça!

Seu ventre é um lugar de misericórdia. Mas seus braços e seios são lugares de graça. Percebe a diferença?

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